A vida pode ser interpretada de diversas formas, pode ser refletida, abstraída, simbolizada. Ela pode ser uma extensão da subjetividade, a pura objetividade ou mesmo um jogo entre sujeito e objeto. Ela pode ser intermediada por signos, ou ser dada nas nossas percepções como ela é. Tudo isso são interpretações, aproximações do que é a vida enquanto ideia, mas jamais enquanto fenômeno. São ideias, conceitos, mas raramente apresentam-na como ela é, como coisa vivida, como sucessão temporal de eventos e experiências.
Falo da minha vida. Experiências e sentimentos. Vivências. Entre todas as variáveis que envolvem e limitam a vida, o que a caracteriza e identifica são suas vivências, as experiências que experimentamos. Vida é o que se vive, quando se vive, como se vive e, menos importantemente, por que se vive. Ou assim penso. Como foi minha vida?
Minha vida tem sido uma coleção de experiências únicas, de sensações, um saciar de vontades e apetites, principalmente os mais egoístas. Assim se movimenta todo o consumismo, toda a cultura, como narcótico, sedativo. Tudo isso nos conforta, alivia, mas não é mal como parece. Não é, porque a cultura não é uma de puro otimismo e confiança na vida, na cientificidade. A corrosão da filosofia da vida em sua totalidade, seu enfrentamento de felicidade, virtudes, amores, eternidade e sofrimentos, misérias, ódios e devir, tudo influencia a cultura, e tal cultura recapitula a existência, a simboliza. Satisfaz o apetite interior de não apenas alegria mas também de superação pelas desgraças.
Mas é falso quando a cultura é narcótico apenas, quando não inspira a própria transfiguração. Se a vida permanece estática, se alimentado de sonhos, vivendo as vivências fictícias da cultura, assumindo a pobreza de alma e a riqueza alheia, a nobreza não merecida, o feio inverídico. Vivi assim por muito tempo, cortando meus laços com o mundo real, reduzindo minha vida a uma cópia das vivências da cultura. As lições foram absorvidas, mas o que faltou? O que me esperava era terrível, era preciso contato com o exterior, respirar certos ares mais puros, ser solitário e solidário comigo mesmo.
Decerto que as caminhadas solitárias possibilitam ao espírito voos mais altos, mas falta alguma vivência aí. Não se vive só, de suas próprias experiências, ainda mais quando elas são tão antinaturais. Vou além e digo que só há verdade crescimento, amadurecimento, descobrimento de si na contemplação do outro, no mergulho no outro, no amor, na partilha, no saborear das experiências compartilhadas, na comunhão do olhar, do sentimento, do pensamento. Vida só é vida quando o eu se universaliza, se objetiva e isso só ocorre na troca de olhares, os mais belos e profundos. Amizade é vida.
Falo da minha vida. Experiências e sentimentos. Vivências. Entre todas as variáveis que envolvem e limitam a vida, o que a caracteriza e identifica são suas vivências, as experiências que experimentamos. Vida é o que se vive, quando se vive, como se vive e, menos importantemente, por que se vive. Ou assim penso. Como foi minha vida?
Minha vida tem sido uma coleção de experiências únicas, de sensações, um saciar de vontades e apetites, principalmente os mais egoístas. Assim se movimenta todo o consumismo, toda a cultura, como narcótico, sedativo. Tudo isso nos conforta, alivia, mas não é mal como parece. Não é, porque a cultura não é uma de puro otimismo e confiança na vida, na cientificidade. A corrosão da filosofia da vida em sua totalidade, seu enfrentamento de felicidade, virtudes, amores, eternidade e sofrimentos, misérias, ódios e devir, tudo influencia a cultura, e tal cultura recapitula a existência, a simboliza. Satisfaz o apetite interior de não apenas alegria mas também de superação pelas desgraças.
Mas é falso quando a cultura é narcótico apenas, quando não inspira a própria transfiguração. Se a vida permanece estática, se alimentado de sonhos, vivendo as vivências fictícias da cultura, assumindo a pobreza de alma e a riqueza alheia, a nobreza não merecida, o feio inverídico. Vivi assim por muito tempo, cortando meus laços com o mundo real, reduzindo minha vida a uma cópia das vivências da cultura. As lições foram absorvidas, mas o que faltou? O que me esperava era terrível, era preciso contato com o exterior, respirar certos ares mais puros, ser solitário e solidário comigo mesmo.
Decerto que as caminhadas solitárias possibilitam ao espírito voos mais altos, mas falta alguma vivência aí. Não se vive só, de suas próprias experiências, ainda mais quando elas são tão antinaturais. Vou além e digo que só há verdade crescimento, amadurecimento, descobrimento de si na contemplação do outro, no mergulho no outro, no amor, na partilha, no saborear das experiências compartilhadas, na comunhão do olhar, do sentimento, do pensamento. Vida só é vida quando o eu se universaliza, se objetiva e isso só ocorre na troca de olhares, os mais belos e profundos. Amizade é vida.