terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Valinor e eu

 Logo da Fórum Valinor

Em 2008 eu entrei para um fórum de discussões nas internetz sobre Tolkien. Bom, era uma época em que eu estava viciado na obra do professor, tentava aprender os idiomas élficos, entender a geopolítica, a organização econômica etc etc. Tempos nerds. Esse interesse me levou ao site da Valinor e o site me levou ao fórum. Os dois primeiros anos viram minha transição do paganismo anticristão mais infantil ao cristianismo inquisidor. Enfim, tempos conturbados de discussões e muita masturbação intelectual. Fiz amigos e inimigos. Ou diria, simpatizantes e desprezadores. Falei muita merda, fui ignorante, mas contribuí com muita coisa boa também. E isso se seguiu pelos dois anos.


 Em 2010, porém, junto com todas as confusões e dúvidas religiosas constantes, tive uma época de bom interesse no fórum. Eu que vivia em períodos de longo afastamento e volta ao site por conta das minhas brigas estúpidas, vi um ano de defesa firme da fé, maior maturidade e conhecimento, conheci pessoas. E gostei delas. E 2010 terminou com esse contato mais profícuo.

 2011. Como foi esse ano? Foi mais ou menos como 2010 com a exceção de que expandi minha participação na Valinor, fiz amizades virtuais preciosas, conheci pessoalmente muita gente legal e nerd como eu. Tem sido um bom ano, um ano de descobertas, de vivência mais profunda da espiritualidade, de maior tolerância, de muita diversão. Minha vida social parece ter melhorado e profissionalmente estou mais preparado, mais sortudo. Foi um bom ano e será ainda melhor no seu final quando terei em mãos os resultados de todas essas dúvidas e sofrimentos, quando porei à prova minha vocação ao lidar com tantos sentimentos contraditórios. Eu saí da toca, fui viver um pouco, sem pecar (pelo menos não muito), e fui ver se eu resistia.

 Aprendi muita coisa no fórum. Se já trouxe alguma coisa que prestava das infindáveis discussões no orkut, era um nada perto do quanto aprendi em opiniões diferentes, respostas mais ou menos agressivas, debates sérios, outros nem tanto, seriedade em se colocar como oponente de um outro, um desconhecido, alguém que você odeia e respeita ao mesmo tempo. A maturidade que advém disso, o poder crescendo com o ego, o ego murchando com as rebatidas mais violentas e as respotas mais inteligentes. Isso foi no começo e ainda assim foi a época mais substanciosa, mais rica e plena de aprendizado e profundidade intelectual e humana.

Depois tivemos discussões menos sérias, algumas picuinhas, desentendimentos, mas o principal... é que o abstrato do enfrentamento virtual se concretizou. Em vivência. Em experiências conjuntas. Em crescimento contínuo, em amizade se aprofundando, em risadas divididas, nerdisses trocadas, amores compartilhados. Talvez tenha sido menos profundo que isso, mas com certeza não foi menos amplo. Pelo menos pra mim. Eu não preciso dizer nomes nem quero, mas não foi só uma situação, um ambiente, foram as pessoas. SIM!
Eu sou o bonitão à esquerda, limpando os óculos, extasiado pelas épicas habilidades futebolísticas de meus amigos nerds

Foram as pessoas que lá estiveram, lá estão, as pessoas com quem dividi muito do que era meu e que se abriam também, cada um a seu modo, e que vinham ao meu encontro sem julgamento e sem pressa, sem esforço ou tremeliques. É bom estar com quem a gente se identifica. Mas é ainda melhor estar e conversar com quem a gente gosta. E o gostar é algo difícil, é verdadeiro teste, é dureza. Pede sangue. E sangue dei. E sangue tomei. Assim a vida vale a pena.
Nerds em campo 

 Mas isso ainda é pouco a dizer sobre a Vali.

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